sábado, 28 de junho de 2008

Chegando em Santiago de Compostela

Santiago de Compostela, 27 de junho de 2008

Sete e vinte da manhã, fui acordado pelo João, um brasileiro simpático de uns 35 anos que estava indo a A Corunã com sua esposa e filha recém nascida dar entrada nos seus “papeis” (é assim que eles chamam aqui os documentos de imigrantes). Acordo assustado e com medo de não conseguir descer a tempo na estação certa. Peguei minha mochila e minha mala e desci primeiro que todo mundo do trem. Rsrsrs
Saindo da estação tratei de procurar a Ana, eu sabia que a Casa do Brasil era perto dali uns 2 ou 3 Km. Resolvi ir andando, já tinha visto no mapa que era uma linha reta, e outra, eu não podia gastar dinheiro com taxi. Cheguei à Casa do Brasil umas 8 e 30 da manhã, tratei de procurar um telefônico publico pra ligar pra Ana. Mais uma vez o telefone só chamava... aiaiai. Bem na porta da Casa do Brasil tinha um cartaz: aberto a partir das 12 horas... Meu Deus!!! Cansado do jeito que eu estou ainda vou ter que esperar. Não tinha outro jeito, tinha que esperar e esperei.
A Ana chegou umas 11 horas. Eu tinha acabado de olhar no relógio da minha câmera e falei pra eu mesmo: só falta uma hora.
Qual seu nome? – Disse ela. Não sei por que eu respondi “Fernando” sendo que eu já sabia que era ela.. rsrsr. Ela abriu a Casa do Brasil eu pude entrar, comer alguma coisa e conversamos sobre a minha viagem. Alguns minutos depois fui pra casa dela guardar minha bagagem e tomar um banho (já estava a 3 dias sem tomar banho e sem dormir direito).


continua...

sexta-feira, 27 de junho de 2008

Valencia / España, 26 de Junho de 2008

Bom... Eu sei que esse BLOG ta um pouco atrasado por isso vou dar uma adiantada.

Cheguei a Valencia na Espanha dia 25 de junho às 19 horas. Meu destino na verdade é Santiago de Compostela, bem ao norte da Espanha. Cara parece que é brincadeira, mas a minha situação ta bem parecida com a do Maranhense que ta dando a volta ao mundo. Rsrsrsr... Ainda não consegui comprar a passagem pra Santiago de Compostela, a P!@#$$% do meu cartão de Crédito estourou o limite e eu nem me lembro de ter gastado tanto. O pior é que tenho o dinheiro da passagem na mão e a agencia não quer me vender, só vendem pela internet. Sacanagem!!!! Estou em um mato sem cachorro, não consigo falar com o meu contato em Santiago, já gastei uns 20 euros de cartão telefônico e internet e nada. Estou sem dormir desde terça-feira (duas noites já sem fechar os olhos). Dormi na Estação de Orebro para poder pegar o ônibus que me levaria ao aeroporto de Stockholm, cheguei lá 5 horas antes do vôo, pra ter certeza que tudo ia dar certo.

Pelo menos em Stockholm tudo bem, só tive que me desfazer de uns 3 quilos de excesso de bagagem, quem já viajou pela Ryanair sabe como eles são. Aqui em Valencia cheguei 16 horas antes do vôo, pra dar tempo de comprar, fazer chekin, dormir, comer, escovar os dentes e passar perfume. Rsrsrs.

Já são 8 da manhã e eu ainda não falei com a ANA (meu contato em Santiago). O pior é que se eu perder esse vôo, outro só sábado à tarde. To FUD%$#%... Bom pra não ser tudo perdido né, tirei umas fotos aqui do aeroporto, Ta lá no meu álbum do Orkut, o link ta ai ao lado.
Sei que estou devendo muitas historias da Suécia, prometo que vou contato aqui aos poucos.

Abraço a todos.

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Segunda noite: Orebro


Chegando em Orebro tratei logo de procurar um lugar para deixar minha bagagem, não dava pra procurar um hotel na cidade arrastando aquela mala pesada e quebrada.
Dei uma volta pela cidade procurando hotéis, mas os poucos que tinham estavam lotados. Meu companheiro de viagem decidiu ir para uma cidade vizinha (Kulma) conversar com um amigo pra ver se podíamos ficar lá até acharmos um lugar para ficar. Chegando na casa do cidadão, um africano que falava mais de não sei quantos idiomas, menos português pra variar. O cara não podia deixar a gente ficar lá porque tinha chegado uns parentes dele da África, e como o apartamento era pequeno a gente ia ter que procurar outro lugar pra ficar. Fazer o que Né?!?!? Voltamos para Orebro.
Já estava ficando tarde e ainda não tínhamos achado um lugar pra ficar. Quer saber? Vamos beber... Entramos em um bar e pedimos uma cerveja (esse tinha cerveja). Era um bar show de bola, literalmente show de bola. O bar é tipo um bar de torcida, um monte de bandeira de time sueco, troféus nas prateleiras, TV de plasma gigante nas paredes (devia ter umas 30 em todo bar). E pra variar estava passando um jogo do Barcelona e outro time espanhol, nessa conhecemos 2 suecos que já estavam meio bêbados, quando falamos que éramos brasileiros os caras se abriram que nem mala velha. – Brasil? Ronaldinho, Pelé, Samba, Rio, Favela... Nossa!!! Queriam saber de tudo. Ficamos ali conversando com os caras até o bar fechar. Depois disso um dos caras nos levou em outro bar, um tipo de discoteca, curtimos e bebemos bastante até fechar também.
Duas da manhã e não tínhamos para onde ir, hotéis lotados, bares fechados, nenhum conhecido. E agora, onde a gente ia dormir? Andamos pela cidade inteira e nada.
Bem no centro de Orebro, em frente ao Castelo tem um banheiro químico, desses que a prefeitura de São Paulo coloca nas ruas em dias de Shows e em porta de Estádio. Entrei pra dar aquela aliviada (5 Coroas pra usar) e vi que era bem espaçoso e limpinho rsrsrs!!!! Cara! Não deu outra. Tratamos de segurar a porta com uma pedra pra ela não travar (não queria pagar de novo Né?!?!?) e saímos a procura de um papelão que tínhamos visto em uma lixeira perto dali. Dormimos ali mesmo, no banheiro químico. Afinal 5 coroas pra usar o banheiro é muito caro, já para usar como quarto até que não ta caro!!!

Em breve eu posto aqui como fiquei conhecido no Futebol Sueco.
Abraço a todos.

domingo, 15 de junho de 2008

Primeira noite: Stockholm


Meu vôo de Frankfurt para Stockholm saiu umas 21:00 da noite.
Chegamos ao aeroporto de Stockholm por volta das 23:30, quando fui pegar minha mala naquela esteira o susto! Cadê a rodinha da minha mala? Cara, fiquei “P” da vida de ter que arrastar minha mala com mais de 20 Kg pelo aeroporto, e quem disse q eu achei aqueles carrinhos de bagagem? Mas beleza, era só uma rodinha, eu ainda conseguia manejar ela só com uma roda. Rsrsr.
O aeroporto que aterrissamos era muito longe do centro de Stockholm, e eu sem nenhuma coroa sueca no bolso (vim saber que eles não usavam euro só aqui), só alguns euros e o cartão de crédito. Consegui me informar com um taxista como fazia para ir para o centro (o cara era turco e falava um pouco de inglês), comprei uma passagem com o cartão pra pegar o ultimo ônibus pro centro (que sorte a minha, o busão já estava saindo).
O ônibus rodou mais de uma hora ate chegar ao centro. Quando desci do busão, nossa!!! Quase morro de frio, 3 graus marcava o termômetro e ninguém na rua pra eu pedir informação. Nenhum Hotel, nenhum PUB, nenhum taxi, absolutamente nada. Fazer o que? Vou andar arrastando essa mala como der, aqui que eu não vou ficar nesse frio.
Quase meia hora andando achamos um espécie de padaria aberta, e na fome que eu estava era tudo o que eu queria achar mesmo. Comi um Dog sueco (pão e salsicha só!!!! Mais nada!!! Nada mesmo. Nem um purezinho tinha pra acompanhar). Pedi a cerveja pro atendente
– Do you speek english?
– Yes. Disse ele.
– OK! Eh… One beer, please.
– Beer? – O cara me pergunta com uma cara de surpreso.
– Yes. Beer. - Eu disse.
– No, no, no. Beer no. – respondeu o safado dando uma risadinha sínica.
– OK. Pensei comigo, o cara não deve ter cerveja, vou tomar uma coca-cola mesmo.
Fiquei naquela padaria até amanhecer o dia comendo um dog a cada meia hora. Quando eram umas 6 da manha voltei pra onde o ônibus tinha me deixado, afinal lá era a estação central e eu queria ir pra Orebro. Troquei meus Euros e Libras por Coroa Sueca e fui tomar meu primeiro café da manhã em Stockholm (primeiro post).

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Recuperando a Bagagem


Depois de uma longa noite de sono e um café da manhã reforçado no hotel, comecei a pensar na minha bagagem, todas as minhas roupas, meus calçados, tudo que eu tinha estavam naquelas malas. E agora?!?! Como sobreviver na Alemanha só com a roupa do corpo, um notebook e 1.600,00 libras no bolso?


Engenharia Social – Esse termo foi muito estudado nas minhas aulas de Segurança da Informação na faculdade. Engenharia Social pra mim nada mais é do que MALANDRAGEM. Mandei um e-mail pra Cia de viagens onde comprei as passagens informando que eu estava em Frankfurt e minha bagagem foi extraviada. Me responderam em seguida perguntando o que eu estava fazendo em Frankfurt se o meu destino era Londres. Ai! Ai! Ai! – Olha a Malandragem ai de novo. Ops!!! Engenharia Social. Respondi em seguida que meu destino era Frankfurt e não Londres e queria o reembolso da diferença da passagem, já que São Paulo/Frankfurt é mais barato que São Paulo/Londres, além da minha bagagem é claro.


Algumas horas depois a resposta – Caro Sr. Fernando, Localizamos sua bagagem em São Paulo e já estamos enviando para o aeroporto de Frankfurt onde o Sr. poderá retira-la amanhã pela manhã. Quanto ao reembolso da diferença na passagem será depositado em sua conta dentro de dois dias úteis. Pedimos desculpas pelo transtorno causado e nos colocamos a disposição para resolver qualquer situação pendente.


Nossa!!! Pulos de Alegria. A noite sair pra beber nos PUBs alemães.
Na manhã seguinte fui ao aeroporto e consegui recuperar minha bagagem.
Como foi bom não ter saído para beber naquelas aulas de Segurança da Informação. Valeu professor. Agora tenho certeza que aquelas aulas foram muito úteis, muito mesmo.

Em breve eu conto como esta sendo minha vida aqui na Suécia.

Abraço a todos.

Não desistir nunca

Como estávamos sem passaporte, desapontados e um pouco bravos por termos sido deportados da Inglaterra e não entendíamos nada em alemão e só com um pouquinho de inglês na bagagem, as meninas da Cia aérea acharam isso muito estranho e chamaram cinco policiais para nos acalmar e tentar nos entender. Eu só entendia ela dizer: POLIZEI, POLIZEI e POLIZEI. Chamaram a Policia. Após os Polizeis conversarem com a gente (em inglês) com bastante calma, conseguimos entender o seguinte: “Vocês perderam o vôo que sai de Munich para São Paulo, o próximo vôo para São Paulo nesse aeroporto é só amanhã a noite. Vamos mandar vocês para Frankfurt agora, para que vocês peguem um vôo ainda hoje para o Brasil.”

Que vergonha!!! Escoltados por policiais dentro do aeroporto. Os Polizeis nos acompanharam até o portão da imigração alemã e solicitou ao agente que carimbasse nossos passaportes para poder entrar em Frankfurt. Após analisar nossos passaportes, olhar bem na bolinha dos nossos olhos, o agente da imigração nos pergunta: Vocês vão mesmo para São Paulo não é?!?!?! Essa pergunta fez acender uma lâmpada bem nítida bem em cima da minha cabeça. Pensei – Caramba!!! O cara esta me dando um visto pra entrar na Alemanha e eu tenho que voltar para o Brasil? Não. Cadê a malandragem brasileira? Cadê a coragem que eu aprendi a ter na vida?

Trinta minutos de vôo de Munich até Frankfurt. O avião pousou, pegamos nossas bagagens de mão e foda-se o resto da bagagem que estava no avião de Munich para São Paulo. Começamos a sair do avião e logo na porta dois policiais nos aguardavam. Eles perguntavam pra quase todo mundo – mr. Oliveira, mr. Amorim Lima? – Nossa!!! Gelei. E agora?? Quando estávamos saindo perguntaram pra mim eu só respondi - nein, nein. (Não, não em alemão)e continuei saindo seguindo o resto dos alemães, fiquei só observando e prestando atenção nas placas de EXIT. Exit, Exit, Exit. Pronto, nem acredito que estou fora do aeroporto. Começamos a andar até nos distanciarmos do aeroporto. Pegamos um trem e nos dirigimos para o centro de Frankfurt onde conseguimos nos hospedar em hotel.

Estou até agora imaginando como ficou a cara daqueles polizeis quando todo mundo saiu do avião e não acharam dois brasileiros que eles deveriam escoltar até o avião para São Paulo. Nossa!!! Que chapéu lindo, que pedalada de causar inveja no Robinho. Rsrsrs. Só faltou as bagagens. Mas isso é outra história.

Continua...